Para muitos donos de restaurantes e lanchonetes, estar no Simples Nacional representa uma grande vantagem: menos burocracia, impostos unificados e alíquotas mais acessíveis. Mas, à medida que o negócio cresce, é natural se deparar com um novo cenário: a exclusão do Simples Nacional.
Esse momento pode gerar insegurança, e com razão. Afinal, o Simples foi criado justamente para facilitar a vida do pequeno empreendedor. Mas, quando o faturamento ultrapassa o limite anual, atualmente fixado em R$ 4,8 milhões, ou quando a empresa passa a exercer alguma atividade vedada pelo regime, a transição é obrigatória.
Sair do Simples não é o fim do mundo. Com o planejamento certo, pode ser um sinal de que seu negócio está crescendo e atingindo novos patamares. Neste artigo, vamos explicar com clareza o que muda, quais são as novas obrigações e como se preparar para essa nova fase sem perder o controle financeiro da sua operação.
O motivo mais comum para a saída do Simples Nacional é o aumento do faturamento anual. Se o seu restaurante ou lanchonete ultrapassou o teto de R$ 4,8 milhões em um ano-calendário, a exclusão é automática a partir de 1º de janeiro do ano seguinte.
Outra possibilidade é a incompatibilidade com as regras do regime, como a inclusão de atividades impeditivas, inadimplência prolongada com o fisco ou erros de enquadramento.
Em todos os casos, o mais importante é identificar com antecedência que a saída ocorrerá, para que você tenha tempo de organizar seus processos e entender qual regime tributário será mais vantajoso na nova etapa: Lucro Presumido ou Lucro Real.
A principal diferença é que, fora do Simples Nacional, os impostos passam a ser recolhidos de forma separada, o que exige mais controle contábil e financeiro. Enquanto no Simples você pagava tudo em uma única guia (o DAS), agora será necessário lidar com diversos tributos individualmente:
Além disso, a burocracia aumenta. Será necessário fazer escrituração contábil completa, enviar declarações mensais e anuais diferentes e, principalmente, cuidar da separação entre as receitas de vendas de produtos e de serviços, já que cada uma pode ter tributação diferente.
A maioria dos negócios do ramo de alimentação que saem do Simples Nacional migra para o Lucro Presumido, que costuma ser mais simples de administrar e tem uma alíquota tributária razoável para quem tem uma margem de lucro regular.
No Lucro Presumido, os tributos federais são calculados com base em um percentual fixo sobre o faturamento, que geralmente é 8% para atividades comerciais e 32% para prestação de serviços. Isso significa que, mesmo que seu restaurante esteja com margens apertadas, o imposto será calculado sobre uma presunção de lucro, não sobre o lucro real obtido.
Já o Lucro Real deve ser considerado se o seu negócio tem margens de lucro baixas, muitas despesas operacionais ou deseja aproveitar créditos fiscais com maior flexibilidade. Nesse regime, os tributos são calculados com base no lucro efetivamente apurado, o que exige controle rigoroso, mas pode ser vantajoso em cenários de grande competitividade e eficiência de custos.
Imagine que seu negócio fatura R$ 500 mil por mês e ultrapassou os R$ 4,8 milhões anuais. No Simples Nacional, a alíquota efetiva que você pagava era de cerca de 10% (variando conforme a faixa e os anexos), o que gerava um custo tributário mensal de R$ 50 mil.
Ao migrar para o Lucro Presumido, a tributação pode girar em torno de 13% a 16% do faturamento, dependendo da composição das receitas (alimentação, bebidas, serviços etc.) e da localização do negócio (alguns municípios oferecem ISS menor). Isso pode elevar seus custos para algo entre R$ 65 mil a R$ 80 mil mensais, apenas com tributos.
Esse aumento exige uma reorganização imediata da precificação, do controle de estoque e do fluxo de caixa. Não dá para continuar operando como se estivesse no Simples.
O primeiro passo é reunir-se com o contador da empresa e fazer uma análise tributária completa. Esse profissional vai te orientar sobre o regime mais adequado, fazer simulações e garantir que a empresa esteja em conformidade com todas as obrigações.
Além disso, é importante:
Pode ser o momento de rever a estratégia do negócio
Embora sair do Simples Nacional possa parecer um “castigo” no início, essa transição pode ser a oportunidade ideal para repensar o posicionamento do negócio, melhorar processos e buscar novas formas de rentabilidade.
Talvez seja o momento de ampliar a oferta de delivery, profissionalizar o marketing digital, buscar fornecedores com melhores preços ou até revisar o layout da cozinha para ganhar eficiência. O crescimento impõe novos desafios, mas também abre portas para um novo nível de gestão e profissionalismo.
Crescer exige maturidade financeira
A exclusão do Simples Nacional não precisa ser um trauma, mas exige preparo. Se o seu restaurante chegou até esse ponto, é sinal de que está prosperando. Agora, o desafio é evoluir também na gestão tributária e financeira, para que esse crescimento continue sendo sustentável.
Esse pode ser o momento de contratar uma consultoria tributária como a B2B Contabilidade, com ampla experiência na otimização de tributos para empresas de todo o Brasil.
Com o apoio de uma equipe experiente, organização interna e decisões baseadas em dados, seu restaurante pode não apenas sobreviver fora do Simples, mas se tornar mais competitivo, lucrativo e profissional.
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