O setor de delivery no Brasil vive um crescimento acelerado, impulsionado não só pelos grandes aplicativos de entrega, como iFood, Rappi e Uber Eats, mas também por mudanças no comportamento do consumidor.
Cada vez mais pessoas optam pela comodidade de pedir refeições sem sair de casa, o que torna esse modelo de negócio altamente atrativo para quem deseja empreender no ramo da alimentação.
No entanto, embora pareça simples, abrir um delivery exige planejamento estratégico, cuidado com aspectos legais e uma boa gestão. Muitas empresas acabam não prosperando porque deixam de lado pontos essenciais, como a precificação correta, o controle de estoque e a qualidade no atendimento.
Pensando nisso, organizamos este guia prático em cinco passos para ajudar você a tirar sua ideia do papel sem complicação e já começar com a estrutura certa para crescer.
O primeiro passo para abrir um delivery de sucesso é entender que ele vai além da boa comida. O empreendedor precisa ter clareza sobre o público que deseja atingir, o tipo de cardápio que pretende oferecer e quais diferenciais serão apresentados.
Por exemplo: se a ideia é abrir um delivery de hambúrgueres, você pode apostar em opções artesanais, molhos exclusivos ou até mesmo combos diferenciados. Já para quem pensa em marmitas fitness, é essencial trabalhar com alimentos frescos e oferecer opções equilibradas.
Nessa fase, é fundamental também definir a área de atuação: qual o raio de entrega será atendido e quais bairros concentram o público-alvo. Uma boa pesquisa de mercado ajuda a identificar concorrentes diretos, analisar os preços praticados e perceber oportunidades ainda pouco exploradas.
Além disso, vale destacar a importância de calcular custos fixos e variáveis, como aluguel de cozinha (se houver), energia elétrica, gás, embalagens, taxas de aplicativos e folha de pagamento. Esses dados compõem a base para a precificação correta dos produtos.
Muitos pequenos negócios de delivery começam de forma informal, mas a falta de registro pode limitar o crescimento e até gerar multas. Para atuar de maneira regularizada, o ideal é abrir um CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), o que permite a emissão de notas fiscais, formaliza o negócio e facilita a negociação com fornecedores.
Para quem está começando, o MEI (Microempreendedor Individual) pode ser uma boa alternativa, desde que o faturamento anual fique dentro do limite permitido por lei. Caso o negócio tenha um porte maior, o enquadramento no Simples Nacional também pode ser vantajoso, já que unifica tributos em uma única guia.
Outro ponto importante é a obtenção do alvará de funcionamento junto à prefeitura e o cumprimento das normas da Vigilância Sanitária, que garantem a segurança dos alimentos comercializados. Ignorar esses passos pode comprometer a credibilidade do delivery e dificultar o crescimento.
Portanto, antes de vender o primeiro pedido, certifique-se de que toda a parte legal e tributária está em ordem.
Uma das principais vantagens do delivery é a possibilidade de começar com uma estrutura enxuta. Em muitos casos, é possível operar a partir de uma cozinha compartilhada ou até mesmo do modelo conhecido como dark kitchen (cozinha voltada exclusivamente para entregas, sem atendimento presencial).
Independentemente do formato, a organização do espaço é essencial para garantir eficiência. Isso inclui desde a disposição adequada dos equipamentos até a escolha de fornecedores confiáveis para manter a qualidade dos ingredientes.
Outro ponto decisivo é a embalagem. Além de proteger o alimento, ela deve preservar a temperatura e transmitir uma boa imagem da marca. Muitos clientes julgam a qualidade do delivery não só pelo sabor da comida, mas também pela forma como ela chega à mesa.
Nesse quesito, tudo deve ser pensado para fazer parte da experiência: a embalagem também transmite valor, portanto, é importante pensar na estética e também na funcionalidade: ela ajuda a manter a entrega na temperatura correta? É resistente e evita que a comida chegue com aspecto “revirado” ao cliente? É fácil e prática de abrir? Idealmente, tudo isso deve ser pensado.
Já no que diz respeito à entrega, o empreendedor pode contar com motoboys próprios, terceirizados ou com os serviços oferecidos pelos aplicativos. Cada opção tem custos e vantagens diferentes, sendo importante analisar qual faz mais sentido para a realidade financeira do negócio.
No delivery, a vitrine não é a fachada do restaurante, mas sim os canais digitais. Por isso, estar presente nas principais plataformas de entrega é praticamente obrigatório. Além disso, muitos negócios têm apostado em sistemas próprios de pedidos, seja por site, aplicativo ou até mesmo pelo WhatsApp Business.
Um cardápio digital bem estruturado, com fotos de qualidade e descrições claras, aumenta as chances de conversão. É importante também ter atenção ao tempo de resposta nas plataformas e ao cuidado no atendimento, já que a experiência do cliente começa desde o momento do pedido.
Investir em marketing digital é outro passo indispensável. Redes sociais como Instagram e TikTok ajudam a fortalecer a marca, divulgar promoções e atrair novos clientes. Anúncios pagos, quando bem planejados, também podem ampliar o alcance e gerar resultados rápidos.
Após colocar o delivery em funcionamento, o grande desafio é manter a consistência e buscar o crescimento sustentável. Isso passa por uma boa gestão financeira, que permita acompanhar de perto as entradas e saídas, evitando desperdícios e garantindo uma margem de lucro saudável.
Programas de fidelidade, descontos para clientes recorrentes e promoções sazonais são estratégias que ajudam a manter o público engajado. Ouvir o feedback dos clientes também é fundamental: avaliações nos aplicativos e comentários nas redes sociais trazem insights valiosos para corrigir falhas e melhorar continuamente o serviço.
Mais do que conquistar novos clientes, o delivery precisa trabalhar para que quem já pediu uma vez queira pedir de novo. Essa recorrência é o que dá estabilidade ao negócio e abre espaço para novas estratégias de expansão.
Abrir um delivery do zero não precisa ser um processo complicado, mas exige planejamento, organização e disciplina. Seguindo os cinco passos apresentados, é possível estruturar uma operação eficiente e competitiva.
Mais do que vender comida, o delivery entrega conveniência, praticidade e experiência ao consumidor. E, quando esses elementos se unem, o sucesso é apenas uma questão de tempo.
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