O delivery deixou de ser apenas uma alternativa e se tornou uma parte estratégica do negócio de bares, restaurantes e lanchonetes. Com o aumento da demanda por pedidos online, o modelo se consolidou como fonte importante de faturamento. Porém, junto com as vantagens vêm também os desafios, sendo a carga tributária um dos principais obstáculos para quem deseja manter a operação saudável e lucrativa.
A boa notícia é que existem caminhos para reduzir legalmente os impostos pagos pelo delivery, sem correr riscos fiscais e sem comprometer a qualidade do serviço.
Neste artigo, vamos mostrar como empresários do setor podem encontrar alternativas inteligentes para equilibrar custos e melhorar a margem de lucro.
Antes de pensar em reduzir os impostos, é essencial compreender como eles incidem no delivery. O modelo de negócio pode estar enquadrado em diferentes regimes tributários (Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real), e cada um deles traz impactos distintos na forma de cálculo e nos valores devidos.
Além dos tributos federais, como PIS, Cofins, IRPJ e CSLL, também entram em jogo impostos estaduais e municipais, como o ICMS (no caso da venda de alimentos) e o ISS (quando há prestação de serviços agregados). Dependendo da forma como o delivery é estruturado -seja pelo aplicativo próprio, seja por plataformas de terceiros – a composição tributária pode mudar consideravelmente.
Um dos primeiros passos para reduzir a carga tributária é avaliar se a empresa está enquadrada no regime mais adequado à sua realidade. Muitos negócios do setor alimentício permanecem no Simples Nacional pela praticidade, mas, em alguns casos, o Lucro Presumido pode resultar em menor carga efetiva, especialmente quando há margens apertadas ou despesas elevadas.
Por isso, contar com o apoio de uma contabilidade especializada em bares e restaurantes é fundamental. O profissional consegue simular cenários e identificar em qual regime a empresa paga menos impostos sem abrir mão da regularidade fiscal.
Outra forma de aliviar o peso dos tributos é utilizar os créditos de impostos permitidos pela legislação. No caso do PIS e da Cofins, por exemplo, empresas enquadradas no regime não cumulativo podem aproveitar créditos sobre despesas essenciais, como embalagens e insumos alimentícios.
Da mesma forma, no ICMS, dependendo da operação e da legislação do estado, pode haver possibilidade de compensar valores pagos na compra de mercadorias utilizadas no preparo dos alimentos. Apesar de exigir organização e controle, essa estratégia pode representar economia significativa ao longo do ano.
Para muitos restaurantes e lanchonetes, os aplicativos de entrega são parceiros indispensáveis, mas também representam um custo elevado. Além da comissão paga às plataformas, é importante entender como a tributação incide sobre essas operações.
Em alguns casos, estruturar o delivery próprio pode não apenas reduzir custos com intermediários, mas também oferecer maior controle sobre a tributação incidente. No entanto, ao fazer isso, é preciso ter em mente que o negócio precisa ter um esquema estruturado para não perder pedidos.
Esse é um detalhe importante porque, atualmente, estar fora de uma plataforma de delivery pode causar uma redução significativa nas vendas, já que essas ferramentas se tornaram padrão de busca para uma parcela muito significativa de consumidores.
Não estar em um aplicativo de delivery é como deixar de existir para uma parte relevante dos clientes, portanto, se um negócio desenvolve um delivery próprio, precisa ter, na gaveta, uma boa estratégia de marketing para ser conhecido em sua região.
Outra possibilidade é negociar condições com os aplicativos, analisando se vale a pena repassar parte da taxa ao consumidor ou ajustar o cardápio exclusivo para delivery, equilibrando custos e impostos de forma mais eficiente.
Uma prática pouco explorada, mas muito útil, é a separação das receitas do salão e do delivery. Isso porque, em alguns regimes, a forma de tributação pode variar de acordo com a natureza da operação. Ao organizar os registros corretamente, o empresário evita pagar impostos de maneira duplicada ou sobre bases de cálculo incorretas.
Esse tipo de planejamento fiscal exige acompanhamento próximo de um contador especializado no setor de alimentação, já que pequenas mudanças na forma de emissão de notas fiscais ou na classificação tributária podem fazer diferença significativa no resultado final.
Reduzir os impostos do delivery não significa burlar o fisco, mas sim planejar de maneira inteligente para que a empresa pague apenas o que é devido, evitando desperdícios e mantendo a operação saudável. Mesmo que pequeno, o seu negócio pode se beneficiar de um correto planejamento tributário.
A escolha do regime correto, o aproveitamento de créditos, a gestão eficiente das parcerias com aplicativos e o planejamento fiscal são ferramentas poderosas para alcançar esse objetivo.
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