Com o crescimento acelerado das vendas online, a segurança digital tornou-se uma preocupação central para quem atua no e-commerce. Em meio a tantas ameaças, uma sigla pouco conhecida por quem não é da área técnica pode representar um risco considerável: CSRF.
Neste artigo, vamos explicar o que é essa vulnerabilidade, como ela pode prejudicar seu negócio e, o mais importante, como preveni-la. Confira!
CSRF é a sigla para Cross-Site Request Forgery, ou, em tradução livre, “falsificação de requisição entre sites”. Trata-se de um tipo de ataque que se aproveita da confiança que um site tem em um usuário autenticado. Em geral, a fraude ocorre quando um criminoso induz esse usuário a executar uma ação indesejada em uma aplicação na qual ele está logado, sem que perceba o que está acontecendo.
Imagine que um cliente está autenticado na sua loja virtual e, ao mesmo tempo, navega por outras abas no navegador. Se ele clicar em um link malicioso ou visualizar um conteúdo comprometido — como um banner em um site inseguro ou um anexo em um e-mail suspeito — esse clique pode acionar comandos no seu e-commerce.
Como a sessão do cliente está ativa, o sistema entende que a ação partiu dele, mesmo que não tenha sido feita intencionalmente.
A principal característica do ataque CSRF é que ele parte de um ambiente externo, mas se aproveita da confiança que o sistema da loja já estabeleceu com o cliente. Ou seja, é como se alguém externo conseguisse enviar ordens para sua loja, usando o cliente como intermediário — tudo isso sem invadir diretamente o sistema da empresa.
No contexto do comércio eletrônico, as consequências de um ataque CSRF podem ser severas, tanto do ponto de vista financeiro quanto da reputação da marca.
A partir de uma simples interação maliciosa, o criminoso pode induzir o cliente a executar ações como alterar sua senha, atualizar dados de endereço para um local de interesse do fraudador, ou até concluir uma compra de valor elevado com os dados de pagamento previamente salvos.
Esse tipo de invasão silenciosa gera múltiplos impactos: o cliente se sente enganado e lesado, muitas vezes responsabilizando a loja pelo ocorrido. Isso compromete a credibilidade da marca e pode gerar reclamações públicas, perda de clientes e até processos judiciais, especialmente se houver vazamento ou uso indevido de dados pessoais, o que configura violação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Além disso, em alguns casos, a empresa acaba arcando com prejuízos financeiros ao ter que estornar compras ou oferecer compensações ao consumidor.
Em lojas virtuais que possuem integrações com carteiras digitais ou gateways de pagamento que mantêm informações armazenadas, os danos podem ser ainda mais expressivos. A facilidade que essas soluções trazem para o dia a dia do consumidor — como compras com um clique — também pode ser explorada por atacantes, que se aproveitam da ausência de verificações adicionais em algumas etapas.
Embora os ataques CSRF não sejam tão falados quanto outros tipos de invasões — como o phishing ou o ransomware —, proteger sua loja contra essa ameaça não exige grandes investimentos. O mais importante é seguir algumas boas práticas já consagradas no mundo da segurança digital.
Uma das formas mais eficientes de proteção é o uso de tokens CSRF. Eles funcionam como um identificador único gerado para cada sessão ou ação sensível dentro do site.
Quando o usuário realiza uma ação, como atualizar seu endereço ou confirmar uma compra, o sistema exige a presença desse token, que deve coincidir com o token previamente gerado e armazenado. Se alguém tentar forjar uma solicitação vinda de fora, ela será bloqueada por falta desse identificador.
Outra camada de proteção envolve configurar o servidor para aceitar requisições apenas se elas forem originadas do próprio domínio da loja. Isso é feito com validação de cabeçalhos HTTP, como o Origin e o Referer. Dessa forma, comandos maliciosos vindos de sites externos são automaticamente descartados.
A prática de manter o usuário logado indefinidamente pode ser conveniente, mas aumenta os riscos. Definir um tempo de expiração para sessões inativas ajuda a reduzir a janela de oportunidade para um ataque. Além disso, implementar alertas para logins simultâneos ou em dispositivos diferentes também contribui para a detecção de atividades suspeitas.
Ações mais sensíveis dentro da plataforma — como alteração de dados de pagamento, endereço de entrega ou exclusão de conta — devem exigir uma nova autenticação ou verificação em duas etapas. Isso pode parecer um pequeno obstáculo para o usuário, mas transmite segurança e dificulta a vida do fraudador.
Se você usa soluções como Magento, WooCommerce, Shopify ou outras plataformas de e-commerce, é fundamental aplicar todas as atualizações de segurança assim que forem lançadas. Muitas dessas plataformas já oferecem recursos automáticos para prevenir ataques CSRF, mas a eficácia depende da versão em uso.
Segurança também é questão de cultura. Treinar quem gerencia sua loja virtual para identificar comportamentos suspeitos e manter boas práticas no dia a dia reduz o risco de brechas internas. Informar os clientes sobre como se proteger (por exemplo, evitando clicar em links suspeitos) também é uma boa forma de prevenção.
Prevenção é a melhor alternativa
Mesmo que o termo CSRF para e-commerces pareça técnico à primeira vista, compreender esse tipo de ameaça é essencial para qualquer gestor ou empreendedor que queira proteger sua operação digital. O ataque não precisa envolver códigos complexos para ser efetivo: basta um clique desatento em um link contaminado para comprometer uma conta, gerar um pedido fraudulento ou afetar a reputação da loja.
Ao adotar boas práticas e contar com suporte especializado em segurança da informação, você protege não apenas os dados do seu cliente, mas também a continuidade do seu negócio. Em um mercado tão competitivo, a confiança é um dos ativos mais valiosos — e preservá-la exige atenção aos detalhes invisíveis para quem está apenas navegando.
Se você ainda não tem certeza se sua loja está protegida contra esse tipo de ameaça, considere realizar uma auditoria de segurança digital com uma equipe especializada. Prevenir é sempre mais barato — e mais inteligente — do que remediar.
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