Curva ABC na prática: passo a passo de como reduzir custos com estoque

Seja no varejo, seja na indústria, a gestão de estoque é um dos pilares do sucesso de um negócio. Através de um bom controle desse setor, é possível otimizar os processos internos, reduzir os custos e evitar desperdícios, evitando também que haja falta de insumos ou o risco de produtos encalhados no almoxarifado.

Para realizar a gestão de estoque, a Curva ABC é um dos métodos mais conhecidos e de maior efetividade. Neste artigo, você vai ter um panorama completo de como funciona essa prática e como ela pode ajudar o seu negócio a lidar de forma otimizada com o controle de estoque.

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O que é a Curva ABC?

A Curva ABC é uma ferramenta estratégica de análise que categoriza itens de um estoque com base em seu valor agregado ao negócio. Baseada nos estudos de Vilfredo Pareto, a Curva ABC se alinha ao Princípio de Pareto (ou “regra 80-20”), que indica que 80% dos resultados vêm de 20% das causas.

Na prática, a Curva ABC permite que as empresas identifiquem os produtos de maior relevância para seus clientes, otimizando recursos e estratégias de estoque. Seu propósito é reduzir o tempo e os custos de gestão de inventário, concentrando os esforços da equipe nos itens que realmente agregam valor ao negócio.

Além disso, ao aplicar a Curva ABC, a empresa consegue minimizar o acúmulo de itens obsoletos no almoxarifado e desenvolver estratégias comerciais mais direcionadas e eficazes, melhorando a eficiência.

Na análise ABC, os itens são classificados em três categorias (A, B e C), levando em conta critérios como demanda, custo e risco. Essa categorização orienta os responsáveis pelo setor na tomada de decisões mais assertivas sobre quais itens merecem maior atenção e recursos.

Classificação da Curva ABC

• Categoria A: Representa cerca de 20% dos itens de estoque, mas responde por aproximadamente 80% do valor total. Esses são os itens de alto valor que demandam maior controle e priorização;
• Categoria B: Compreende cerca de 30% dos itens e responde por aproximadamente 10% a 15% do valor do estoque. São itens de valor médio, com relevância moderada para o negócio;
• Categoria C: Inclui cerca de 50% dos itens, mas representa apenas 5% a 10% do valor total. Esses são os itens de baixo valor e menor impacto estratégico.

Como montar uma curva ABC na prática?

1. Faça um inventário de estoque

O primeiro passo é catalogar todos os produtos em seu estoque com o máximo de informações possíveis. Para isso, organize em um documento dados essenciais, como:

• Descrição detalhada do item;
• Valor unitário;
• Quantidade consumida em um período específico;
• Valor total da compra.

Esse inventário precisa ser completo e estruturado de forma que qualquer pessoa possa acessá-lo facilmente para consulta. Utilize códigos de identificação para cada item, inclua uma descrição clara, relacione o preço unitário, a quantidade em estoque e as compras realizadas no último mês. Esses detalhes são fundamentais para uma análise precisa e orientada.

2. Calcule o impacto de cada item

Com todos os itens catalogados, é hora de calcular a contribuição de cada um para o valor total do estoque. Para isso, multiplique o valor unitário de cada produto pela quantidade utilizada em um período específico, obtendo assim o custo total do item.

A partir desse custo, divida o valor total de cada item pelo valor total do estoque. Isso fornecerá a porcentagem que cada item representa, ajudando a identificar quais produtos têm maior peso financeiro no seu inventário. A fórmula abaixo representa uma maneira de realizar esse cálculo:

Custo unitário por item X Quantidade de itens utilizados / Custo Total do Estoque

3. Classifique os itens nas categorias A, B ou C

Com o cálculo de representatividade de cada item no estoque concluído, agora é o momento de classificar os produtos na Curva ABC.

Identifique os itens que, em conjunto, representam aproximadamente 80% do valor total do estoque – esses compõem a categoria A. Já os itens que respondem por cerca de 15% do total são classificados como B, enquanto os que representam cerca de 5% ficam na categoria C.

Essa categorização permite organizar e monitorar de forma estratégica os itens em estoque. Normalmente, os produtos das categorias A e B requerem maior controle e são armazenados com mais atenção. No entanto, itens da categoria B devem ser acompanhados para evitar o risco de ficarem parados, enquanto os itens C, apesar de menor valor agregado, precisam de monitoramento contínuo para evitar excessos e otimizar espaço.

A Curva ABC traz percepções valiosas sobre o giro de cada produto, facilitando a identificação de itens de maior demanda e custo de aquisição. Essa análise orienta o setor de suprimentos a realizar compras de forma mais inteligente, focando nas peças de alta rotatividade e nas que possuem maior impacto financeiro.

Além disso, essa prática de racionalização no estoque evita a superlotação, otimizando o espaço e assegurando que os recursos da empresa estejam direcionados aos itens de maior valor para o negócio.

Quais as vantagens da curva ABC?

A adoção da curva ABC como método de gestão de estoque pode ajudar a reduzir o desperdício, aumentar a lucratividade e o ROI. Conhecer esse recurso e aplicá-lo de forma eficaz é um importante diferencial competitivo para empresas e setores como o varejo e o e-commerce, além de indústrias, que precisam gerenciar grandes estoques de insumos ou produtos.