Porque usar uma trading para importar no Simples Nacional é melhor?
Importar produtos para revenda ou uso industrial pode ser um caminho promissor para pequenos negócios que desejam diversificar seu portfólio, ganhar competitividade ou reduzir custos com insumos. No entanto, o processo de importação no Brasil costuma ser burocrático, técnico e cheio de exigências fiscais e operacionais.
Para empresas optantes pelo Simples Nacional – regime tributário voltado a micro e pequenas empresas – as dificuldades podem ser ainda maiores.
É nesse cenário que entra a figura das tradings de importação, empresas especializadas que atuam como intermediárias em operações de comércio exterior.
Neste artigo, vamos entender por que, para empresas no Simples Nacional, contar com uma trading pode ser uma estratégia vantajosa e eficiente para importar legalmente e com menos dor de cabeça.
O que é uma trading de importação?
Antes de entrarmos nos benefícios, vale entender o papel da trading. Em resumo, uma trading de importação é uma empresa que realiza a importação em nome de terceiros. Ela se responsabiliza por todo o processo: desde o fechamento da compra internacional até o desembaraço aduaneiro (liberação da carga pela Receita Federal), emissão de documentos e recolhimento de tributos.
Na prática, a empresa interessada nos produtos compra da trading, e não diretamente do fornecedor estrangeiro. A trading compra o produto no exterior, importa com seu próprio CNPJ, e vende ao cliente aqui no Brasil, já nacionalizado.
Esse tipo de operação pode ocorrer de diversas formas, sendo uma das mais comuns a chamada conta e ordem de terceiros, quando a trading importa por encomenda, mas o produto pertence desde o início ao cliente final. Outra modalidade é a importação por encomenda, em que a trading compra e revende ao contratante após a nacionalização.
Por que o Simples Nacional enfrenta dificuldades para importar?
O Simples Nacional foi criado para simplificar a vida do pequeno empreendedor, unificando tributos federais, estaduais e municipais em uma única guia de pagamento, com alíquotas reduzidas. Mas essa simplificação, infelizmente, não abrange a maioria dos processos de comércio exterior.
Empresas optantes pelo Simples enfrentam três grandes obstáculos na importação direta:
Impossibilidade de crédito de ICMS e IPI: Como o Simples já unifica esses tributos, a empresa não pode se creditar de impostos pagos na importação, o que aumenta o custo efetivo da operação.
Burocracia técnica e fiscal: O processo exige domínio de nomenclatura aduaneira (NCM), regras de classificação fiscal, contratos de câmbio, licenças de importação (LI), entre outros temas que muitas vezes estão fora do escopo de pequenos negócios.
Exigência de estrutura operacional: Importar exige cadastro no Radar Siscomex, capital de giro, conhecimento em logística internacional e cumprimento de obrigações acessórias que podem inviabilizar a operação para empresas enxutas.
Como a trading pode ajudar empresas do Simples a importar?
Ao contar com uma trading, a empresa no Simples pode se beneficiar de uma série de vantagens operacionais, fiscais e estratégicas. Veja algumas delas:
Redução da complexidade operacional
O primeiro ganho está na terceirização de toda a operação, incluindo as etapas mais delicadas: contratação internacional, frete, seguro, desembaraço aduaneiro, pagamento de impostos e emissão de documentos. Isso permite que o pequeno empreendedor foque no seu core business (atividade principal), sem se perder em detalhes técnicos do comércio exterior.
Além disso, a trading já possui Radar habilitado (o registro necessário para operar no sistema da Receita Federal), acesso a operadores logísticos internacionais, despachantes aduaneiros e bancos com expertise em câmbio, o que acelera todo o processo.
Tributação mais favorável
Uma das principais vantagens está na estrutura tributária. Como a trading não está no Simples Nacional, ela pode aproveitar créditos de ICMS, IPI e PIS/COFINS pagos na importação, reduzindo o custo total da operação.
Isso faz com que o produto, já nacionalizado, possa ser revendido à empresa do Simples com um valor final mais competitivo do que aquele que ela obteria tentando importar diretamente. Na prática, o empresário paga um preço fechado, com todos os tributos inclusos, e evita surpresas desagradáveis com guias de impostos e multas por erros no processo.
Previsibilidade de custos
Outra vantagem importante é a previsibilidade. Ao contratar uma trading, o empreendedor tem clareza sobre quanto vai pagar pela mercadoria já desembaraçada, incluindo todos os custos envolvidos (impostos, câmbio, frete, armazenagem, taxas portuárias, etc.
Isso é fundamental para que empresas do Simples consigam calcular corretamente sua margem de lucro e precificar com segurança, evitando prejuízos ou desequilíbrios no fluxo de caixa.
Acesso facilitado a fornecedores internacionais
As tradings também oferecem um benefício estratégico: a conexão com fornecedores confiáveis no exterior, algo nem sempre acessível para pequenos negócios. Algumas tradings já têm catálogos com produtos homologados, o que reduz riscos com qualidade, logística ou fraudes.
Além disso, muitas oferecem apoio no desenvolvimento de produtos personalizados, negociação com fabricantes e até visitas às fábricas, aumentando o controle sobre a qualidade do que será importado.
O que observar ao contratar uma trading?
Apesar das vantagens, é fundamental escolher bem a empresa intermediadora. Prefira tradings com experiência comprovada, histórico de operações legais, domínio técnico e transparência nos custos. Também é importante alinhar claramente o modelo da operação: se será por encomenda, por conta e ordem ou outra estrutura.
Lembre-se: mesmo com a intermediação da trading, a responsabilidade fiscal sobre o recolhimento correto dos tributos é sempre da empresa que realiza a operação, por isso o parceiro precisa ser confiável e regularizado.
Eficiência e segurança para crescer com o pé no chão
Para empresas do Simples Nacional, importar diretamente pode ser uma tarefa arriscada, cara e cheia de obstáculos técnicos. Por isso, contar com uma trading de importação se mostra uma estratégia inteligente, capaz de reduzir custos, evitar erros fiscais e garantir eficiência logística.
Mais do que terceirizar um processo, é uma forma de profissionalizar a operação, ganhar competitividade e abrir caminhos para crescer de forma estruturada, mesmo dentro de um regime tributário simplificado.
Se você tem interesse em importar, mas esbarra na burocracia ou nas limitações do Simples, talvez esteja na hora de conversar com uma trading e explorar novos horizontes para o seu negócio.