Importar produtos ou insumos, em muitos casos, é a estratégia mais viável para empresas que desejam ampliar o portfólio, melhorar a competitividade ou reduzir custos de aquisição. No entanto, o processo de importação direta envolve uma série de etapas, obrigações fiscais e trâmites burocráticos que nem sempre apresentam essa viabilidade para todos os negócios.
É nesse contexto que entram as trading companies, empresas especializadas em intermediar operações de comércio exterior.
Mas afinal, será que vale a pena recorrer a uma trading para importar? A resposta depende de fatores como o porte da empresa, o tipo de produto e os objetivos da operação.
Neste artigo, vamos explicar como funciona essa modalidade, quais custos e benefícios ela envolve e quais riscos devem ser considerados antes de tomar uma decisão.
Uma trading company é uma empresa habilitada para realizar importações e exportações em nome próprio, repassando os produtos ao cliente no mercado interno. Ela atua como intermediária entre o comprador brasileiro e o fornecedor estrangeiro, cuidando de toda a operação logística, documental e fiscal.
Na prática, o importador não precisa lidar diretamente com questões como desembaraço aduaneiro, negociação de incoterms (termos internacionais que definem responsabilidades entre comprador e vendedor), pagamento de tributos na alfândega ou contratação de transportadoras internacionais, tudo isso fica sob responsabilidade da trading, simplificando o processo para as empresas que irão receber os produtos.
Ao contratar uma trading, o empresário deve estar ciente de que o serviço terá um custo adicional, normalmente cobrado de duas formas:
Além disso, ainda incidem os tributos nacionais sobre a comercialização do produto, como ICMS, PIS, Cofins e IPI, quando aplicáveis. Vale lembrar que o valor desses tributos pode variar conforme o enquadramento fiscal da empresa compradora.
Outro ponto importante é que, no caso de importações por conta e ordem ou por encomenda (alguns dos formatos previstos na legislação), podem existir diferenças significativas na carga tributária e na forma de contabilizar os custos, o que exige atenção e, muitas vezes, orientação contábil especializada.
O maior benefício é a redução da complexidade operacional. Para empresas que não têm estrutura interna para lidar com importações diretas, a trading elimina a necessidade de manter equipe treinada em comércio exterior, sistemas de gestão específicos e relacionamento com diversos agentes de logística e despachantes aduaneiros.
Outro ponto é a agilidade: como a trading já está habilitada junto à Receita Federal e possui experiência no trâmite aduaneiro, as operações tendem a ocorrer com menos atrasos e menor risco de erro documental.
Há também a possibilidade de diluir custos logísticos quando a trading agrupa pedidos de vários clientes em um único embarque, reduzindo o custo por unidade transportada. Em alguns casos, a trading consegue negociar preços mais competitivos com fornecedores estrangeiros justamente por comprar em volumes maiores.
Apesar dos benefícios, importar via trading também apresenta alguns riscos a que o empresário deve ficar atento. Um deles é a dependência do intermediário: toda a operação passa pelas mãos da trading, o que significa que a comunicação com o fornecedor no exterior e o controle direto do processo ficam limitados.
Outro aspecto é que, dependendo da negociação, o produto pode chegar ao empresário com preço final mais alto do que em uma importação direta. Caso a empresa receptora dos produtos no Brasil contar com pessoal especializado ou se empresário tiver capacidade de lidar com os trâmites, importar de forma direta pode compensar.
Também é essencial garantir que a trading seja idônea e experiente, pois erros na classificação fiscal da mercadoria, emissão de documentos ou cumprimento de prazos podem gerar multas e atrasos. Verificar referências e histórico de operações da empresa é um passo indispensável.
Por outro lado, empresas que já importam com frequência, possuem equipe qualificada e conseguem negociar grandes volumes diretamente com fornecedores podem se beneficiar mais da importação direta.
Importar via trading company pode ser uma solução prática e segura para empresas que buscam diversificar produtos e otimizar tempo sem se sobrecarregar com a burocracia do comércio exterior. Embora exista um custo adicional pelo serviço, os benefícios em termos de agilidade, redução de riscos operacionais e acesso facilitado a fornecedores internacionais podem compensar.
No entanto, antes de optar por essa modalidade, é fundamental calcular o impacto total dos custos, analisar a confiabilidade da trading escolhida e comparar os cenários com uma importação direta. Dessa forma, o empresário poderá decidir com segurança e estratégia, aproveitando ao máximo as oportunidades do mercado global.
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