Muitos pequenos empresários acreditam que a contabilidade é algo reservado apenas para empresas grandes, com estruturas complexas e uma rotina financeira movimentada. Esse pensamento, no entanto, é um dos maiores equívocos na gestão de negócios no Brasil.
A verdade é que, mesmo empresas de menor porte precisam contar com o suporte de um contador para se manterem em conformidade com a lei e, principalmente, para conseguirem crescer de maneira organizada e sustentável.
Neste artigo, vamos mostrar por que o contador não é apenas uma exigência burocrática, mas também um aliado estratégico para qualquer empreendimento.
Antes de pensar na contabilidade como ferramenta de gestão, é importante compreender que ela é uma obrigação prevista em lei. De acordo com as normas tributárias brasileiras, toda empresa, independentemente do porte, precisa manter registros contábeis regulares. A única exceção é o MEI (Microempreendedor Individual), que possui um regime simplificado e não é obrigado a contratar contador — embora, na prática, muitos acabem recorrendo a esse apoio para evitar erros no preenchimento das declarações anuais.
Para empresas enquadradas no Simples Nacional, no Lucro Presumido ou no Lucro Real, a contabilidade é obrigatória. Isso significa que, sem um contador, a empresa pode ter problemas sérios com o Fisco, desde multas até a perda de benefícios tributários.
Uma das principais razões pelas quais o contador é indispensável está no cumprimento das chamadas obrigações acessórias. Essas obrigações vão além do pagamento do imposto em si e incluem uma série de declarações, guias e relatórios que devem ser entregues periodicamente ao governo.
Entre as obrigações mais comuns estão a DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais), a EFD (Escrituração Fiscal Digital) e a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), além das guias de recolhimento de tributos trabalhistas, como FGTS e INSS.
Para um empresário que tenta cuidar sozinho de todas essas tarefas, o risco de cometer erros é grande. E cada erro pode gerar multas significativas, afetando diretamente a saúde financeira do negócio. O contador, por outro lado, domina esses processos e garante que a empresa esteja em dia com todas as suas obrigações.
Mas a contabilidade não se limita à parte burocrática. Um contador bem preparado pode ser um grande parceiro estratégico para os donos de bares, restaurantes e lanchonetes. Ele é capaz de organizar as finanças, mostrar como está a lucratividade do negócio e auxiliar na tomada de decisões.
Com relatórios claros, o empresário passa a ter uma visão real do seu faturamento, custos e margem de lucro. Isso ajuda, por exemplo, a identificar se os preços dos pratos estão adequados, se os custos com fornecedores estão dentro do esperado ou se há gastos desnecessários que poderiam ser cortados.
Muitos donos de pequenos negócios tomam decisões no “achismo”, sem base em dados concretos. O contador traz exatamente o contrário: números claros, bem estruturados e que permitem uma gestão mais inteligente.
Outro ponto fundamental é o planejamento tributário. Muitas empresas pagam mais impostos do que deveriam simplesmente por não estarem enquadradas no regime certo. Um bar ou restaurante, por exemplo, pode se beneficiar do Simples Nacional em alguns casos, mas em outros o Lucro Presumido pode ser mais vantajoso.
A escolha depende de fatores como faturamento, número de funcionários e volume de despesas. O contador é o profissional capacitado para avaliar esses cenários e indicar a melhor opção, evitando desperdício de recursos. Em um segmento tão competitivo quanto o de alimentação, economizar em tributos pode fazer toda a diferença.
Um erro comum entre donos de pequenos negócios é tentar cuidar da parte contábil sozinho ou deixar as finanças nas mãos de alguém sem qualificação técnica. Esse caminho pode até parecer mais barato no curto prazo, mas no longo prazo é um risco enorme.
Um simples erro no cálculo de impostos ou no preenchimento de uma obrigação acessória pode gerar multas que superam em muito o valor que seria pago a um contador. Além disso, em caso de fiscalização, a empresa que não mantém sua contabilidade organizada pode enfrentar sérias dificuldades jurídicas.
Ter um contador, portanto, significa ter tranquilidade. O empresário pode focar no que faz melhor, enquanto a parte contábil e tributária fica sob responsabilidade de um especialista.
Voltamos à pergunta inicial: você precisa mesmo de um contador? A resposta é clara: sim. Não apenas porque a lei exige, mas porque o contador pode ser o parceiro que vai ajudar a colocar o negócio nos trilhos, evitar problemas com o Fisco e, ainda, fornecer informações estratégicas para o crescimento.
O trabalho do contador é essencial tanto na parte burocrática quanto na parte gerencial. Ele é quem garante que a empresa esteja em dia com suas obrigações legais e, ao mesmo tempo, auxilia a tomar decisões mais inteligentes e rentáveis.
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